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Nos dias 18, 19 e 20 de Outubro realizamos a 2ª Expedição Ornithos de Observação de Aves.

Agradecimentos aos amigos Hipolito Caplan, Luciana Chiyo (Foz do Iguaçú/PR), João Dittmar (Curitiba/PR), Saulo Gomes (Brasília/DF), Aluisio Ribeiro e Demetrio Lorin (Apucarana/PR) pela participação. A Eros A. Ferreira e equipe da Reserva Natural Salto Morato. Agradecimentos especiais a Cida Marinho e Renato Rocha (Paranaguá/PR) pela participação e fundamental ajuda na organização da Expedição.

A região escolhida foi novamente a baía e a Mata Atlântica de Guaraqueçaba/PR. O principal objetivo – ver e registrar o guará-vermelho (Eudocimus ruber).

Já no começo da expedição, saindo de barco de Paranaguá para Guaraqueçaba, tivemos uma bela surpresa. Uma águia-pescadora (Pandion haliaetus) havia capturado um grande peixe. Apesar de bastante distante Saulo Gomes e Luciana Chiyo conseguiram alguns registros.

Fotos de Saulo Gomes no wikiaves

Mesmo com a maré baixa não haviam muitas aves nos bancos de areia com exceção dos biguás (Phalacrocorax brasilianus). Alguns poucos trinta-réis, gaivotões e atobás-pardos pescavam na região, e umas poucas garças na beira dos manguezais ao longe.

Fotos de Luciana Chiyo no wikiaves

A grande quantidade de botos foi o que mais chamou a atenção durante o resto do percurso.

Chegando em Guaraqueçaba fomos nos instalar na pousada Flor da Serra e em seguida fomos almoçar num restaurante próximo.

Devidamente alimentados caminhamos até a baía para fotografar o savacu-de-coroa (Nyctanassa violacea). Vários nidificavam no local e foi fácil registrá-los.

Pelo caminho encontramos suiriri-pequeno (Satrapa icterophrys), lavadeira-mascarada (Fluvicola nengeta), gibão-de-couro (Hirundinea ferruginea), andorinha-serradora (Stelgidopteryx ruficollis), entre outras.

Fotos de João Dittmar no wikiaves

Voltamos para a pousada e fomos observar aves nas matas da área.

Entre várias espécies de beija-flores o que mais me chamou a atenção foi o namoro de um casal de beija-flor-preto (Florisuga fusca) e o beija-flor-de-bochecha-azul (Heliothryx auritus), espécie pouco comum no Paraná, só fazendo parte das listas do Estado a partir de 2008.

Fotos de Luciana Chiyo no wikiaves        Fotos de Saulo Gomes no wikiaves

Zidedê (Terenura maculata), chorozinho-de-asa-vermelha (Herpsilochmus rufimarginatus), bem-te-vi-pirata (Legatus leucophaius), neinei (Megarynchus pitangua), bentevizinho-de-penacho-vermelho (Myiozetetes similis), bem-te-vi-rajado (Myiodinastes maculatus), viuvinha (Colonia colonus), pula-pula (Basileuterus culicivorous), pula-pula-ribeirinho (Phaeothlypis rivularis), mariquita (Parula pitiayumi), caneleiro-de-chapéu-preto (Pachyramphus validus),  teque-teque (Todirostrum poliocephalum), piolhinho-serrano (Phyllomyias griseocapilla), além de saíras, sanhaçus e tiês também foram vistos na área.

 

Retornamos à sede da pousada para um rápido descanso antes do jantar e quando a penumbra do fim do dia chegou uma corujinha-sapo (Megascops atricapilla) vocalizou numa árvore próxima. Todos tiveram a oportunidade de fazer vários registros antes que ela se enfiasse na mata. Na tentativa de trazê-la de volta com o playback a primeira resposta foi de uma corujinha-do-sul (Megascops sanctaecatarinae), mas antes que tentássemos atraí-la ouvimos o grito de uma coruja-orelhuda (Asio clamator) e fomos atrás dela.

 

Fotos de Luciana Chiyo no wikiaves           Fotos de Saulo Gomes no wikiaves

Pousada no alto das árvores e fora de vista devido às muitas palmeiras que cresciam no sub-bosque conseguimos registrar apenas seu chamado.

Fomos jantar e no retorno tentamos novamente a coruja-orelhuda, que respondeu mas não se aproximou. Urutaus (Nyctibius griseus) vocalizavam ao longe e mesmo o mais próximo pousava longe demais para um bom resgistro. Um bacurau (Hydropsalis albicollis) que pousava no chão, próximo a um poste de luz foi o registro de fim de noite.

Na manhã seguinte todos em pé antes do nascer do sol para tomar o café-da-manhã e seguimos para a Reserva Natural Salto Morato onde passamos o dia.

Já na chegada fomos recebidos por saíras-sete-cores (Tangara seledon), saíras-militar (Tangara cyanocephala), tiê-sangue (Ramphocelus bresilius), tiê-galo (Lanio cristatus), papa-taoca-do-sul (Pyriglena leucoptera), tangarazinho (Ilicura militaris), sabiá-una (Turdus flavipes), entre outros.

Fotos de Luciana Chiyo no wikiaves

Fomos recepcionados pelo administrador da reserva, Eros Amaral, e já pegamos a trilha para o centro de visitantes e salto do Morato.

Antes de chegar ao centro de visitantes já encontramos muitas espécies. Jaós-do-sul (Crypturellus noctivagus) vocalizavam por toda parte, mas nunca visíveis, como esperado. Um ninhal de guaxes (Cacicus haemorrhous) bem movimentado e numa árvore baixa chamou bastante a atenção, e na mesma árvore um casal de bem-te-vi-pirata (Legatus leucophaius) construía seu ninho com material roubado dos ninhos de guaxe.

Pouco a frente o canto de um macuquinho (Eleoscytalopus indigoticus) nos levou até sua localização, mas descrentes de que a espécie sairia da vegetação fechada, ninguém estava preparado quando ele rapidamente se fez visível.

Seguimos pela trilha onde pintadinho (Drymophila squamata) facilitou demais os registros.

Também encontramos gritador (Sirystes sibilator), capitão-de-saíra (Attila rufus), arapaçu-rajado (Xiphorhynchus fuscus), tangará (Chiroxiphia caudata), anambé-branco-de-rabo-preto (Tityra cayana), juruviara (Vireo olivaceus).

Fotos de Luciana Chiyo no wikiaves          Fotos de Renato Rocha no wikiaves

Seguindo até a cachoeira muitas outras espécies puderam ser vistas. Assanhadinho (Myiobus barbatus), não-pode-parar (Phylloscartes paulista), papa-moscas-de-olheiras (Phylloscartes oustaleti) “deram mole”, proporcionando ótimos registros por parte do grupo.

 

Fotos de Saulo Gomes no wikiaves

Um casal de pica-pau-de-cabeça-amarela (Celeus flavescens) cuidando do ninho em um oco de árvore também facilitou o registro.

Fotos de Luciana Chiyo no wikiaves

Enferrujado (Lathrotriccus euleri), guaracavuçu (Cnemotriccus fuscatus), arapaçu-de-garganta-branca (Xiphocolaptes albicollis), surucuá-grande-de-barriga-amarela (Trogon viridis), tiê-do-mato-grosso (Habia hubica), choquinha-cinzenta (Myrmotherula unicolor), também foram registrados no caminho.

Fotos de Renato Rocha no wikiaves                Fotos de Saulo Gomes no wikiaves

Fotos de Saulo Gomes no wikiaves               Fotos de Luciana Chiyo no wikiaves

 

Retornamos da cachoeira e fizemos uma pausa para almoçar na lanchonete que funciona dentro da reserva. Após o almoço seguimos para a trilha da figueira e logo no começo registramos a choquinha-de-garganta-pintada (Myrmotherula gularis). Pouco adiante ouvimos o sabiá-pimenta (Carpornis melanocephala) que não se aproximou nem com playback. Ouvimos o macuco (Tinamus solitarius) várias vezes, mas apenas Renato e Demetrio conseguiram vê-lo.

Mais do mesmo pelo caminho até chegarmos numa área de vegetação secundária onde pudemos ouvir muitas vocalizações e “estalos” de rendeiras (Manacus manacus). No mesmo trecho escutamos a galinha-do-mato (Formicarius colma) e conseguimos registrar um jovem macho de araponga (Procnias nudicollis). Num riacho pouco a frente uma martim-pescador-pequeno (Chloroceryle americana) pescava até ser interrompido pela chegada do grupo.

Fim do dia e já cansados, encerramos a caminhada de aproximadamente 6 km retornando à recepção da reserva. Ainda fomos até um riacho próximo esfriar os pés e vimos alguns saís-andorinha (Tersina viridis).

Retornamos para a pousada… banho, jantar, corujinha-sapo, bacurau e cama, pois domingo de manhã sairíamos cedo para ver os guarás (Eudocimus ruber).

Mudança para horário de verão deixou a hora de encontro um tanto confusa. Mas com um telefonema na caminhada até o ponto de embarque e às 6h30 do novo horário, Elias, o piloteiro, chegou.

O barco era uma “batera” grande. Ou “toc toc” como chamam por aqui, em alusão ao barulho do motor. Desses de pescador, feito de madeira e um tanto lentos.

Com 8 pessoas a bordo, mais o piloteiro, seguimos pela baía até um local onde os guarás são vistos com frequência se alimentando na maré baixa.

Biguás (Phalacrocorax brasilianus) foram vistos pescando por todo o percurso e chegando no local um bando de colhereiros (Platalea ajaja) estava pousado nas copas dos mangues em uma ilhota.

Fotos de Luciana Chiyo no wikiaves

Devidamente registrados, seguimos margeando o manguezal em busca da figuinha-do-mangue (Conirostrum bicolor) enquanto esperávamos a maré baixar. Quando paramos junto a margem após ouvir sua vocalização, João Dittmar avistou noutra ilhota, alguns guarás (Eudocimus ruber) em meio a um bando de biguás.

Desistimos da figuinha e fomos tentar uma melhor posição para registrar os guarás.

A maré baixou e um pequeno grupo de guarás jovens passou voando e pousou na mesma ilhota. Pouco depois colhereiros e guarás desceram ao lodo para se alimentar. Foi emocionante encontrar essas aves que quase foram extintas e agora vem se recuperando na região.

Fotos de Luciana Chiyo no wikiaves

Com todos satisfeitos retornamos a Guaraqueçaba e Luciana Chiyo ainda registrou um gavião-preto (Urubitinga urubitinga) no caminho.

“foto ilustrativa, feita na mesma região”

Nosso barco para Paranaguá só sairia às 14h00 e ainda era cedo. Parte do grupo foi para a pousada arrumar as malas, outros foram fazer mais fotos dos savacus-de-coroa. Eu, Luciana e Hipolito subimos a trilha do morro que tem no centrinho da cidade onde vimos saíras, tiês, saís, sabiás e arapaçus. Até uma saíra-viúva (Pipraeidea melanonota) apareceu.

Quase no alto do morro encontramos chupa-dente (Conopophaga lineata), flautim (Schiffornis virescens), choca-da-mata (Thamnophilus caerulescens), um casal de pica-pau-branco (Melanerpes candidus) passou voando, e lá no topo do morro, além da belíssima vista,  tachuri-campainha (Hemitriccus nidipendulus).

Voltamos… pousada, banho, almoço, “gelada” antes do embarque e retorno para Paranaguá.

Mais de 270 fotos feitas durante a 2ª Expedição Ornithos, com vários novos registros para o município, foram postadas no site wikiaves. Apenas do município de Guaraqueçaba foram mais de 26o fotos.

Muitas outras espécies foram vistas e/ou ouvidas durante a expedição. Clique aqui para ver a lista completa no taxeus.

Interessados em participar da próxima Expedição Ornithos ao Salto Morato (prevista para Janeiro ou Fevereiro) entrem em contato e solicitem mais informações.

 Saudações a todos.

Luciano Breves
www.ornithos.com.br