1ª Expedição Ornithos – Guaraqueçaba/Salto Morato
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Nos dias 03 e 04 de Agosto/2013 realizou-se a 1ª Expedição Ornithos de Observação de Aves.
A expedição teve como objetivo a observação de aves no município de Guaraqueçaba e na Reserva Natural Salto Morato.
Na prática as observações começaram no dia 02 em Morretes e encerraram-se no dia 05, já de volta em Morretes.
Parte do grupo chegou na sexta-feira (02), pouco depois das 15h00. Alguns deles já frequentam a região e a sede Ornithos a alguns anos, outros já conheciam a região mas nunca haviam observado aves por aqui. E haviam alguns que vinham pela primeira vez.
Assim aproveitamos aquele meio de tarde para observar as espécies que visitam os alimentadores que vemos ao vivo no site.
Depois de saís, saíras, sanhaçus, tiês, gaturamos, periquitos, sabiás e vários outros, fomos até um local conhecido por alguns observadores de aves como “km2”.
Lá encontramos gritador (Sirystes sibilator), pintadinho (Drymophila squamata), cuspidor-de-máscara-preta (Conopophaga melanops). Outras espécies também vocalizaram por ali, entre elas a galinha-do-mato (Formicarius colma) e o barbudo-rajado (Malacoptila striata).
Já escurecendo fizemos uma pausa para jantar. Sandwiches.
Mais um participante se junta ao grupo e vamos em busca de corujas.
Fomos até uma estrada próxima e além dos cães da vizinhança não ouvia-se mais nada. E na tentativa de descobrir se haviam corujas por perto tocamos o playback de algumas espécies.
Enquanto tocávamos a vocalização da corujinha-do-sul (Megascops sanctaecatarinae) um vulto passou voando por nós. Pensando ser a tal corujinha consegui encontrá-la com a lanterna… foi o tempo de alguns clicks pelo grupo e ela voou para dentro da mata fechada.
Nem todos do grupo tiveram tempo de fotografá-la, mas quando verificamos as poucas fotos conseguidas descobrimos que era uma coruja-do-mato (Strix virgata), outra espécie difícil de encontrar.
Como o grupo estava cansado decidimos não insistir e encerrar o dia.
Mas um participante ainda se junta ao grupo na mesma noite.
No dia seguinte seguimos para Paranaguá onde nos reunimos com mais alguns participantes e por volta das 8h00 embarcamos para Guaraqueçaba.
Logo na saída muitas espécies marinhas nos aguardavam.
Num banco de areia mais de duas centenas de aves aproveitavam o primeiro sol da manhã. No enorme bando pudemos ver talha-mar (Rynchops niger), quero-quero (Vanellus chilensis), trinta-reis-de-bando (Thalasseus acuflavidus), trinta-reis-real (Thalasseus maximus) e gaivota-maria-velha (Chroicocephalus maculipennis) .
Do outro lado do barco, em outro banco de areia, um piru-piru (Haematopus palliatus) tentava fazer de um siri o seu café-da-manhã.
O barco seguiu o não pude ver o desfecho dessa batalha.
De qualquer forma, logo ali, outras aves chamavam nossa atenção.
Garça-azul (Egretta caerulea), pernilongo (Himantopus melanurus), atobá-pardo (Sula leucogaster) e biguás (Phalacrocorax brasilianus), muitos deles!
Além das aves a própria paisagem era atração. E pra deixar mais empolgante botos-cinza (Sotalia guianensis) surgiam a todo momento.
Chegando em Guaraqueçaba caminhamos até a pousada já observando aves pelo no percurso.
Entre fotos e divisões de quartos nos instalamos e fomos almoçar. Assim que satisfeitos seguimos até um manguezal próximo na esperança de encontrar a figuinha-do-mangue (Conirostrum bicolor) e outras aves que frequentam os manguezais.
A maré alta e o vento forte frustraram nossas ambições. Nem figuinha-do-mangue e uma ou outra garça-azul (Egretta caerulea). Umas poucas aves apareceram e decidimos voltar para a pousada.
E lá a observação foi mais rentável. Começando com saíra-sete-cores (Tangara seledon), cambacica (Coereba flaveola), ferro-velho (Euphonia pectoralis), pula-pula-ribeirinho (Phaeothlypis rivularis), pula-pula (Basileuterus culicivorus), beija-flor-cinza (Anphatochroa cirrochloris), Beija-flor-de-fronte-violeta (Thalurania glaucopis) até maria-da-restinga (Phylloscartes kronei), tiê-galo (Lanio cristatus), assanhadinho (Myiobius barbatus), saíra-militar (Tangara cyanocephala) e muitos outros.
Também vimos o beija-flor-de-bochecha-azul (Heliothryx auritus), também conhecido como beija-flor-fada. Infelizmente não deu chances para fotos.
Chegada a noite fomos atrás de corujas. Apenas a corujinha-do-sul (megascops sanctaecatarinae) respondeu ao playback mas não conseguimos encontrá-la.
Jantamos, conversamos e fomos todos descansar para o dia seguinte. Que começou bem cedo por sinal.
Por volta das 4:30 da madrugada e já semi-desperto, escuto Pedro, um dos participantes com o qual dividia o mesmo chalé, me chamando. Corujinha-sapo (Megascops atricapilla) vocalizava na área da pousada.
E lá fomos nós procurá-la.
Com a movimentação (e algumas batidas em portas) o resto do grupo se juntou a nós e todos conseguiram ótimos registros da espécie.
Video corujinha-sapo – Selecione 1080p nas configurações do player para melhor qualidade de imagem.
Amanheceu o dia ainda na correria da coruja. Tomamos o café-da-manhã um tanto as pressas e saímos já um pouco atrasados para a Reserva Natural Salto Morato, principal objetivo da 1ª Expedição Ornithos.
Quase chegando na reserva avistei um gavião-pombo-pequeno (Amadonastur lacernulatus) num campinho de futebol, bem no corner da trave. Algumas fotos de dentro do carro e na ânsia de melhores fotos, descemos e ele voou, é claro.
Seguimos em frente e pouco depois chegamos à reserva. O tempo nublado mais uma vez contradizendo a previsão do tempo (como de costume).
Fomos recebidos por Maricy Rizzato, técnica da reserva que nos acompanhou pelas trilhas, e Eros Amaral Ferreira, administrador da reserva. Ambos nos forneceram informações sobre a reserva, seu objetivo e a fauna que ali habita.
A Reserva Natural Salto Morato possui uma excelente estrutura para receber visitantes. Situada dentro de uma das mais importantes IBAs da Mata Atlântica a quantidade de aves na área é simplesmente impressionante, com 324 espécies identificadas dentro de suas fronteiras, conseguimos ver e ouvir cerca de 1/3 delas.
Saíra-lagarta (Tangara desmaresti), pica-pau-de-cabeça-amarela (Celeus flavescens), não-pode-parar (Phylloscartes paulista), rendeira (Manacus manacus), papa-moscas-de-olheiras (Phylloscartes oustaleti), macurú (Nonnula rubecula), beija-flor-rajado (Ramphodon naevius), arapaçu-verde (Sittasomus griseicapillus), saíra-militar (Tangara cyanocephala) e muitas outras espécies.
Veja aqui a lista completa das aves observadas e ouvidas durante a 1ª Expedição Ornithos.
Abaixo estão algumas das espécies registradas.
Com o tempo curto não pudemos percorrer todas as trilhas e não vimos todas as espécies que queríamos e no meio da tarde regressamos a Guaraqueçaba pra pegar o barco pra Paranaguá.
Ainda deu tempo de fazer mais alguns registros pelo caminho. Freirinha (Arundinicola leucocephala), jaçana (Jacana jacana) garça-branca-pequena (Egretta thula) e garça-vaqueira (Bubulcus ibis) logo na saída da reserva. E ainda garça-branca-grande (Ardea alba) e savacu-de-coroa (Nyctanassa violacea) no caminho do embarque.
No retorno de barco a Paranaguá um lindo por do sol foi o presente da Mãe Natureza ao final desta 1ª Expedição.
Na noite de domingo Saulo e Pedro ainda aproveitaram para fotografar alguns morcegos na sede Ornithos e mais algumas aves na manhã de segunda (05).
Agradeço a todos os participantes que fizeram dessa 1ª Expedição Ornithos um sucesso. Em Outubro teremos outra.
Agradecimento especial a Renato Rocha e sua esposa Cida Marinho pela organização logística da expedição.
Participem da 2ª Expedição Ornithos – Guaraqueçaba/Salto Morato – Evento no facebook clique aqui
Luciano Breves
www.ornithos.com.br
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